cada dia é mais claro que não sou, não serei e que nem quero ser culto. essa é uma fronteira que me separa do mundo dos artistas, que circundo, demonstro interesse, e até frequento como turista. minha vulgaridade é contudo indisfarçável. mais confortável estou entre os acadêmicos, entre gente mal vestida, que não sabe se portar à mesa, que se assemelha ao profissional burguês, em vestes de trabalho: não possuem aquela graça aristocrática na fala e modos, o instinto de agradar, a arte da boa vida, a elegância travestida de boemia, traços característicos do tipo artista e culto. o acadêmico pode até mesmo ser erudito; seu discurso pode impressionar pela inteligência, mas nunca pela retórica. desajeitado e bruto, ele conhece, somente. daí sua dificuldade instintiva com as palavras e o amor inato às ideias.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
aforismos sobre o prazer
1. se o princípio do prazer já foi considerado o guardião da vida, a experiência da dependência química demonstra sem dar margem para dúvid...
-
O domingo de sol entediava a Azevedo Diniz. Tentava ler a Crítica da Razão Pura , famoso livro de Emanuel Kant, na edição traduzida a...
-
Nina Rodrigues adiantou o bisturi na direção de uma coelha grávida, o sanguíneo abdômen aberto diante de seus olhos serenos. Numa incisão p...
-
acordei as duas da tarde, de ressaca e de roupa de ontem. fui andando já na direção do bar. almocei um prato feito de fígado com batata frit...
Nenhum comentário:
Postar um comentário