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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

A DEPENDÊNCIA FAMILIAR E A MAIS-VALIA LIBIDINAL

Sempre nos ensinam que os nossos pais são guerreiros, e tal qual os exércitos morrem pelo direito do povo, realizam verdadeiros sacrifícios em nosso benefício. Mais que nossos pais, somente Deus, ao entregar o corpo de seu filho à justiça, conheceu tamanha abnegação. Nossos pais, é o que nos dizem o tempo todo, nos amam mais do que tudo. 

Quando iremos passar a falar da verdadeira mais-valia libidinal que essas mitologias amorosas jamais mencionam? Os pais proíbem o prazer dos filhos como forma de manter o equilíbrio libidinal que lhe é favorável. Alienam os filhos de seus próprios desejos para desacelerar a entropia daquele modo de vida e assegurar o o ecossistema favorável ao seu próprio desejo. 

O poder imperial do adulto contra a criança, a violência amorosa que dedica-se à prole, é no entanto apenas uma das técnicas para a extração dessa mais-valia. A repressão da sexualidade infantil é somente um ponto de todo um vasto circuito por onde se organiza o gozo cósmico. Espero voltar ao assunto da economia sexual em um próximo post para esclarecer como a sociedade é um verdadeiro corpo, uma extensão sensível que integra fisicamente a vida.

sábado, 9 de novembro de 2024

VAMPIROS MENSTRUAM?

talvez o vampiro seja um neurótico com uma fobia alimentícia muito grave. e talvez essa fobia seja produzida por um parasita transmitido pela saliva/sangue. é o mecanismo viral perfeito: parasitar a forma cerebral com uma ideia de exclusivismo alimentar que facilita a transmissão. 

como é a reprodução sexual dos vampiros? as fêmeas seguem ovulando, ou ainda, menstruam? e se menstruam, sangram ao menstruar? ou os vampiros somente se reproduzem por meio de mordidas, i.e., transmissão da carga viral via fluídos corporais, como o sangue e a saliva (isso também nos dirige a uma pergunta vital: o vampirismo é também sexualmente transmissível? posso deixar conde drácula gozar dentro?)

segundo os manuais médicos, o vampirismo é um gênero de infecção parasitária capaz de se apropriar do corpo humano para os fins reprodutivos de outra espécie. isso não impediria per si a reprodução do suporte humano, inclusive do seu material germinativo. talvez a fisiologia sexual, nas moças vampirizadas, siga funcionando perfeitamente: os óvulos sigam sendo produzidos, e por isso, esperando ou serem fecundados ou descartados em banho de sangue. (se os vampiros bebem sangue porque seu corpo são deles carentes, não me parece anti-natural conceber uma menstruação sem sangue). 

encerro essa breve investigação com uma nova pergunta: o vampirismo se transmite para a geração seguinte? ou ele somente se transmite pelo contato com a saliva (a famosa e infecciosa mordida na jugular)?

sexta-feira, 12 de julho de 2024

o filósofo de husserl

o filósofo, segundo husserl, é apaixonado por um conhecimento que transcende a práxis da vida natural. é, para todos os efeitos, um espectador desinteressado da vida, um contemplador do mundo, alheio aos problemas e alegrias mundanas, porque de certa forma, embora dependente do mundo, o filósofo não participa, ou ainda, se esforça para não participar do mundo. o filósofo husserliano se caracteriza pela força ascética, pelo movimento de distanciamento que funda o ato da especulação filosófica, transcendente a todas atividades práticas. sua posição é um contínuo colocar-se para-fora, ou ainda, para-cima, para-além, das condições da vida. o filósofo deve mover-se para além da vida enquanto finitude, dirigir-se para fora das determinações de produção (o filósofo, para todos efeitos, não trabalha), das necessidade de reprodução (qual é a relação da filosofia com a sexualidade? com a família? não foi kant, o maior de todos filósofos, que morreu virgem, intocado?), e mesmo do imperativo da comunicação (a incompreensibilidade filosófica funda-se na necessidade de escapar da linguagem, da finitude de seu legislar, e esculpir um idioma próprio, críptico, capaz de nomear e chamar tudo aquilo que as palavras vulgares - construídas para outro mundo, para a vida ordinária, humana - não pode tocar). o filósofo de husserl quer estar não só além do bem e do mal, em sua époche cética, mas estar além do humano, além das condições que determinam o humano transcendentalmente como ser finito: o trabalho, a biologia, a linguagem. somente impondo a si mesmo essa condição sobre-humana que será capaz, enfim, de filosofar e conceber tudo aquilo que o viver-como-humano obscurece sobre o mundo em que o próprio humano vive. 

Neste surpreendente contraste surge a diferença entre a representação do mundo e o mundo real e a nova pergunta pela verdade; não pela verdade cotidiana, vinculada a tradição, mas pela verdade unitária, universalmente válida para todos aqueles que não mais estejam ofuscados pela tradição, uma verdade em si. É próprio, pois, da atitude teórica do fi1ósofo a decisão constante e predeterminada de consagrar toda a sua vida futura a tarefa da teoria, a dar a sua vida um caráter universal, e a construir in infinitum conhecimento teórico sobre conhecimento teórico

(HUSSERL, E. A crise da humanidade europeia e a Filosofia, p. 71).

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