A intransitividade do amor parece sugerir o fulgor do desejo, que se conecta em detrimento das raças. Amar, verbo intransitivo, é um romance de um amor mestiço. Narra o idílio amoroso entre uma professora alemã e um jovem rapaz brasileiro e de origens portuguesa.
A família luso-brasileira se representa de forma grosseira, com tendência a ressaltar os traços cômicos do naturalismo (o suor, a sujeira, a protuberância e feiura dos corpos...); são simples comerciantes, com a cabeça nos cálculos econômicos e nos hábitos mais corpóreos e terrenos.
Contraste com a representação de Fraulein, a professora alemã, como um tipo ideal, linda e loura, cujo instintos pareciam determinar-lhe os gostos elevados dos arianos, a sua vasta cultura de Goethe, de feição contemplativa e imune às mundanidades das paixões baixas.
Ora, o desejo que ela sente pelo aluno será narrado como uma sucessão de sensações novas, que fazem aquele corpo frígido de alemã conhecer torpores sentimentais até antes desconhecidos. Se é o romance da formação de Carlos, o aluno brasileiro por ela educado sentimental e intelectualmente - lembre-se que Fraulein deveria iniciar Carlos nos negócios das letras e do sexo -, esse é também um romance de re-educação dessa moça alemã, que sofrerá dos mais variados estados passionais sob a influência do rapaz.
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