Sempre nos ensinam que os nossos pais são guerreiros, e tal qual os exércitos morrem pelo direito do povo, realizam verdadeiros sacrifícios em nosso benefício. Mais que nossos pais, somente Deus, ao entregar o corpo de seu filho à justiça, conheceu tamanha abnegação. Nossos pais, é o que nos dizem o tempo todo, nos amam mais do que tudo.
Quando iremos passar a falar da verdadeira mais-valia libidinal que essas mitologias amorosas jamais mencionam? Os pais proíbem o prazer dos filhos como forma de manter o equilíbrio libidinal que lhe é favorável. Alienam os filhos de seus próprios desejos para desacelerar a entropia daquele modo de vida e assegurar o o ecossistema favorável ao seu próprio desejo.
O poder imperial do adulto contra a criança, a violência amorosa que dedica-se à prole, é no entanto apenas uma das técnicas para a extração dessa mais-valia. A repressão da sexualidade infantil é somente um ponto de todo um vasto circuito por onde se organiza o gozo cósmico. Espero voltar ao assunto da economia sexual em um próximo post para esclarecer como a sociedade é um verdadeiro corpo, uma extensão sensível que integra fisicamente a vida.
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