1. se o princípio do prazer já foi considerado o guardião da vida, a experiência da dependência química demonstra sem dar margem para dúvidas o poder mortífero do prazer.
2. a psicologia mecanicista muito habilmente confundiu a produção libidinal com simples movimentos de encher e esvaziar, como se o prazer fosse ou um gás que se acumula e depois estira, ou então, seu reverso, um estado de repouso absoluto, subitamente rompido por forças estrangeiras. mas, se como acreditamos, existe alguma verdade nessa mecânica libidinal (freud já havia falado sobre como os saculejos de um trem ou ônibus são capazes de estimular sexualmente seus passageiros), o prazer no entanto não parece nascer nem de um aumento na excitação (orgasmo), e nem de seu oposto (nirvana), muito embora possa ser produzido pelos dois. seria então mais conveniente ver o prazer não como um movimento unidirecional, mas sim como um ritmo, uma cadência coreografada, em que o prazer se produz a partir de cortes e fluxos sucessivos.
3. freud escreve que o nirvana representa a tendência do ser vivo à morte; o prazer e a libido, representam a sua tendência à vida; e ainda, a realidade representa as influências do meio externo sobre o ser.
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