Estaria saindo da casa de mamãe no próximo final de semana, e ela estava possessa. Não parecia acreditar que seu menininho ira sair de casa, acho. De qualquer forma, passava noites em claro, chorando e fazendo queixas. Não que me pedisse para ficar, para não ir. Ao contrário, nem tocava no assunto da mudança, e parecia até mesmo que não sabia que no próximo sábado estaria morando em um outro lugar.
Já deviam ser quase seis da manhã. A bateria de meu celular tinha acabado, e eu precisei voltar para casa a pé, andando quase dez quilômetros em meio à madrugada. Ouvi o rumor de passos atrás de mim e, por cima do ombro, sem parar de andar em momento algum, vi que havia um sujeito vindo em minha direção.
A iluminação insuficiente dos postes de luz não permitiram que eu estudasse bem o seu tipo, mas poderia dizer-lhes que era um homem muito esquisito.
Esquisito, primeiro, pois esse sujeito andava rapidamente, em um passo torto, e as suas costas pareciam curvadas, seu peito quase batendo no queixo. E o mais estranho de tudo, além de manco e corcunda, o sujeito que vinha em minha direção também era anão.
Não sei dizer bem o porquê, mas senti vergonha de que o anão pensasse que eu estava intimidado por sua presença. Passei então a andar calmamente, e na verdade, até retardei meu passo para permitir que ele me alcançasse.
Ao passar do meu lado, me acenou com a cabeça e perguntou aonde eu ia. Respondi que estava indo para casa, que minha mulher estava me esperando.
- Ela é bonita?
- Quem?
- Sua mulher, oras!
- É linda!
Não sabia porque estava mentindo. Não era casado, e nem mesmo tinha uma namorada. A última mulher que vi nua foi quando tive que trocar as fraudas de minha avó. Ela estava paralítica, e parecia mais um vegetal do que mulher. Falávamos e falávamos com ela incessantemente, mas ela nada respondia. Atos, palavras, com ela tudo era em vão, e nada parecia despertar a sua atenção. Por algum motivo, colocávamos a velha na frente do aparelho televisor, como se isso fizesse seu tormentoso tempo passar mais alegremente, mas ela sequer parecia registrar as imagens. Seus olhos olhavam fixamente para o nada, como se não percebesse coisa alguma na sua frente.
Algumas vezes acreditei ter flagrado ela olhando especificamente para alguma coisa, mas acho que me enganava. Minha avó parecia incapaz de qualquer atividade física. Era normal que tivéssemos nós mesmos que lhe dar banho, ou limpar ao seu excremento.
- E você, amigo, é casado?
- Sou.
- Mulher bonita?
- Bom, ela é uma anã.
Senti minha bochecha queimar de vergonha e desviei o olhar para longe dele. Parecia que qualquer referência a sua deficiência física fosse não apenas uma gafe, mas algo muito pior, que atentasse contra a ordem de todas as coisas. A companhia daquele anão me provocava uma sensação mortificante, que me fazia sentir como se eu fosse o autor de uma atrocidade, e não essa monstruosa loteria a que se dá o nome de reprodução genética. E se eu não deveria sentir qualquer culpa de sua condição, por que também haveria sentir piedade? Por que ele não poderia ser um homem maligno, que não merecesse a pena de ninguém, e esse seu tormentoso nanismo seria até mesmo muito pouco para que pagasse pelas atrocidades que cometia?
- fatum est semper fortuna, murmurei.
- Como?
- É latim. Se não me engano, está na Res Gestae de Amiano.
- Li essa em edição traduzida, que encontrei em uma sebo. O título se não me engano ficou As gestas.
- Oh, o senhor já leu ao historiador Amiano?
- Sim. Gosto muito da era dourada da literatura latina.
- Ah, sempre bom encontrar um homem de cultura perdido em meio à cidade grande!
Discutimos sobre os nossos escritores favoritos da era de ouro (ele tinha predileção por Tácito e Publílio Siro, eu por Lucrécio e Políbio), até passarmos em frente a um botequim e ele me convidar para uma cerveja. Hesitei por algum momento, mas me pareceu inconveniente recusar o convite de anão. Aceitei, mas ao pretexto de não poder me demorar muito.
- Bobagem. Garçom, trás duas pingas pra nós.
- Pinga? Não era cerveja?
- Calma, amigo! É apenas a entrada!
Bebi aquela cachaça barata horrível e quase vomitei. Que gostinho horrível, que me causava um arrepio na espinha e me fazia pensar em mendigos. E todo esse desgosto sem sequer poder me queixar, sem mesmo poder fazer uma careta, pois não gostaria de provocar qualquer inconveniência a meu novo "amigo".
- Creio que o senhor disse ser casado?
- Sim, sou.
- O que sua esposa faz?
- Bom, ela é uma moça bem peculiar, e teria que contar-lhe uma longa história.
- Temos tempo para uma longa história.
- Já devem ser quase seis da manhã.
- Bobagem, ainda está escuro.
Olhei o céu. Estava escuro, mas sua noite parecia prestes a ceder e nascer do sol. Ainda precisaria andar uns dois quilômetros até que chegasse em casa. O anão, contudo, insistiu para que eu ficasse, que pagaria a conta, e então cedi a primeira cerveja, a segunda, a quarta e quando estávamos indo para a quinta, ele olhou o relógio e disse que precisava ir embora.
Fui com ele ao ponto de ônibus. O anão apertou minha mão, mandou comprimentos à minha mulher e tomou o comboio. Eu segui na direção de casa, pois não tinha dinheiro da passagem.
Havia saído de casa com vinte reais na carteira para pagar o transporte. Acontece que, mais cedo, encontrei com um antigo colega dos tempos do colégio, que agora estava morando na rua. Vi o rosto de Sócrates, menino que sonhava em ser doutor, caído e sujo pela infâmia das ruas. Me lembrei da última vez que tinha visto o coitado. Era o aniversário de dezessete anos de Irene. Diziam que ele era cuidado pela avó, e que ela tinha morrido, e que ninguém mais saberia o que seria dele.
Depois de alguns meses a profecia se realizou, e estava roubando nos bairros vizinhos, até ser pego e espancado pela facção que escrevia as leis naquele território. Como era menor de idade, consentiram em dá-lo um simples corretivo, e deixaram ele sobreviver ao custo de mutilarem o seu órgão reprodutor masculino. Dizem que com os anos, vivendo na rua e trocando favores sexuais, Sócrates enlouqueceu.
Pobre Sócrates, descamisado e com sua garrafinha cheia de cachaça. Sua voz era rouca, e falava tão rápido que quase não podia compreender.
- Só-Sócrates, é mesmo você? Há quanto tempo!
Estendi a mão para lhe cumprimentar, mas ele passou direto. Ao falar comigo gesticulava de forma expansiva. Muitas vezes até tocava em meus braços e ombros, e mais de uma vez me deu tapinhas na coxa que preferi entender como amistosos, muito embora não me saísse da cabeça os rumores de que ele já havia se prostituído.
Sem saber o que dizer, perguntei se tinha visto a Irene, nossa amiga em comum e que eu não via há alguns anos, e ele me respondeu com aquelas palavras estranhas, incoerentes, que parecia dizer mais para si do que para mim:
- Abandonei tudo ou fui
abandonado por tudo e isso que me permitiu a verdadeira ciência
de todas as coisas, do bem e do mal, de todo o processo perverso
e irreversível que nos acomete...
Talvez ele estivesse bêbado, e enquanto Sócrates me falava do escritório que alegava ter "lá longe, no centro do mundo", mas que ainda assim preferia viver nas ruas, cheguei mais perto de sua boca, para tentar descobrir bafo de bebida. Ele ficou um pouco assustado, talvez, com essa súbita proximidade física, e por isso resolvi abortar a operação.
De qualquer forma, tinha em suas mãos a já referida garrafinha pet, cheia de misterioso líquido transparente, que provavelmente, sabemos, era aguardente, que desde os tempos coloniais era dada aos miseráveis para suportarem ao extenuante cotidiano de criatura inferior e explorada.
E lembrava das aulas de teologia, do Padre Gilberto, que contava que em 1537 o Papa decretou que os índios tinham sim alma, que as teses que os colocavam em posição de animalidade eram falsas e ímpias. Pelo menos juridicamente, o decreto vedou qualquer possibilidade de escraviza-los, e desde então - isso já me falava o padre em particular, no fim do catecismo, enquanto lhe ajudava a arrumar as coisas - passaram a empregar os negros na função.
Depois de contar essa história, me olhou como se fosse dizer algo sério.
- Filho. Entre nós.
Tirou da bolsa um vidro com um líquido transparente e bebeu.
- Não sabia que o Padre bebia, eu disse.
- Todos nós, os miseráveis servos de Deus, precisamos do pecado para sobreviver, meu filho, e guardou a aguardente de volta na bolsa.
Nunca me esqueci daquela lição. É certo que Sócrates era alcoólatra. Como não, se vivia feito um cão, todo sujo, fedorento, cheio de doenças? E como fedia à suor, à murrinha, a tudo que é insuportável e vil, e mesmo assim ele tocava em mim com suas mãos sujas e poeirentas sem demonstrar nenhuma piedade de minha aparência alinhada, idônea, e como eram ásperas suas mãos, e pareciam grudar ao tocar minha pele delicada.
Em certo momento, agarrou o meu pescoço e disse que queria falar de sua mãe morta. Eu me afastei e disse para que me explicasse o que quisesse explicar, mas que não era necessário qualquer alteração nervosa. E me explicou que a mãe era viciada em jogos de aposta. E que cheirava muito pó.
Ele que ia comprar lá na boca, apenas doze anos, de short, sem camisa e cinquenta reais no bolso, que levava medroso até a boca do bairro. Entregava a grana e retirava uns saquinhos plásticos com o pozinho branco.
E disse também que a mãe gostava de beber, e que o pior era quando misturava álcool, pó e roleta. Era a santíssima trindade do vício, e foi assim que veio sobre ela o desastre.
Certa noite, depois de ter perdido todo o dinheiro com as apostas, apostou seu corpo com um cavaleiro de aparência bem distinta.
O mendigo passou muito tempo descrevendo como o cavaleiro era atraente, e que dizia até ter descendência de alguma nobreza austríaca. Seus gestos eram delicados, a mãe lhe contou, e andava com muita graciosidade.
Depois de esclarecer o tipo do sujeito, me explicou o que se sucedeu entre ele e sua mãe.
O cavalheiro lhe convidou para um jogo de xadrez, e se ela perdesse, deveria consentir que o sujeito possuísse seu corpo.
- Você vai poder fazer o que quiser com ele?, ela perguntou.
E ele, com seu olhar grave, simplesmente assentiu com a cabeça.
Do duelo de xadrez, tive notícia apenas por meio dessa reportagem, publicada pelo jornal local:
MULHER APOSTA A ALMA COM O DIABO
Desde o início dos tempos que a mulher vende o corpo para ganhar dinheiro. Que luxúria soberba, abominável, essa, e nessas mulheres sente-se de imediato o cheiro do enxofre.
Se investigarmos melhor, descobriremos rapidamente a presença de algum demônio tomando conta de seu corpo.
Não foi diferente o caso de Anita de Andrade, mulher que na última noite, contam, apostou o corpo em uma partida de xadrez. Estava entorpecida de cocaína e álcool, todos estes indícios de que estava possuída por algum demônio.
Derrotada justamente na contenda, o senhor X (que preferiu não se identificar) levou-a até o seu apartamento e lá removeram todas as roupas e colocaram-na em uma estranha máquina. A cabeça de Anita foi acoplada a um cabo que ligava seu córtex cerebral a um terminal de computador. Quando viu, era tarde demais para voltar atrás, e dizem que a pecadora urrou por clemência. Sem dar ouvidos ao seus gritos, extraíram a consciência de Anita de seu corpo e colocaram em seu lugar a do senhor X, que desde então vive com o nome de Angélica Prado.
Abaixo, a notação do jogo de xadrez realizado no dia 13/03/2766 em que a senhora Anita de Andrade, mais conhecida como Rata, perdeu o corpo para o senhor X.
Cavalo come bispo c5. Rainha c7. Rainha e3. Torre de a8 para e8. Torre e2. Cavalo come torre e2, cheque. Rainha come cavalo e2. Bispo come peão g2. Cavalo come peão a6. Rainha a7, cheque. Rei come bispo g2. Torre g8, cheque. Rei h3. Rainha g7. Bispo d1. Torre e6. Rainha h5. Torre h6. Rainha come torre h6, cheque. Bispo h5. Rainha come bispo h5. Cheque mate.
Pobre criatura, pensava, ao examinar mais uma vez a reportagem que Sócrates insistiu que levasse comigo. Há de conviver com seu destino, como o jogador com sua mania, ou o anão com seu corpo. Como não podia entregar todo meu dinheiro àquela pobre criatura, que angelicamente fedia à merda e suor? Que padecia das mais horríveis misérias que sim, precisavam existir para que pudéssemos gozar do dom da vida? Esse é o melhor dos mundos, aprendi nas leituras de Leibniz, e como eu não poderia amar e agradecer pelo meu destino, bendizer todos os meus sofrimentos? Pois eram tão pouca coisa dentro de toda a estabilidade e perfeição que sustentava o cosmo? Eu que tinha que agradecê-lo, sussurrei enquanto entregava com nojo as notas para Sócrates, tentando evitar que nossas mãos se tocassem.
Virei mais uma esquina, estava já muito perto de casa. A cidade, assim vazia e à noite, adquire um aspecto sombrio. As lâmpadas amareladas não conseguem iluminar nada, ou melhor, fazem pequenos lagos de luz, mas tão logo saído deles era como se tivéssemos mergulhado para dentro do breu, e só com muita dificuldade que via o que se passava mesmo que ao nosso lado.
Foi nessas condições que se aproximou uma nova figura. Era uma mulher que já havia visto pelo bairro, mas que nunca dirigira-lhe a palavra. Fumava seu cigarro e soprava a fumaça com ar triste. Um perfume doce e suave ao redor de seu pescoço. Estava assustada, e me explicou que tentaram assaltá-la, e perguntou se teria algum problema se eu lhe acompanhasse até a sua casa. Era meu dever segui-la, então fui junto, tomando uma rua que dava na parte mais vazia da cidade. Ali, apenas alguns casebres, todos separados um dos outros por terrenos descampados onde crescia mato e plantas silvestres. Alguma vaca bulindo, barulho de grilos e pássaros que cantam a essa hora, algumas galinhas ciscando o chão e até mesmo um porco enorme sujo de terra e lama. De vida humana, no entanto, nenhum sinal.
- Por aqui é perigoso?
- Defina perigo.
- Não sei. Você não se sente ameaçada?
- Você sente medo?
- Não, e você?
- Às vezes sinto sim. Aí tomo meu comprimido.
E tirou um frasquinho de ópio de sua bolsa para me mostrar. Era de prescrição médica, segundo fez questão de explicar, e disse que o procedimento ajudava-lhe a controlar seus impulsos. Por exemplo, se antes ela brigava com seu pai, agora ela se apaziguava. Preferia ficar quieta, do que desperdiçar energia com coisas assim. Ou, então, em aulas ou festas de aniversário, agora não tinha mais medo de falar na frente dos demais. E me explicava que a sociedade é um acontecimento tão aberrante na história da natureza que sua existência ainda provoca terríveis males ao corpo humano, e que por isso tomava remédios, para sobreviver aos progressos realizados pela própria espécie. E perguntou-me se eu acreditava em médicos.
- Bom, se eu pegar uma gripe forte, vou me consultar com algum doutor.
E estudou meu tipo, imagino, olhando minha batina, meu rosto barbeado e pele branca, e o sorrisinho desdenhoso que deu ao falar o seguinte me irritou particularmente:
- Um padre que não acredita merecer os desígnios da providência?
- E não é designo de Deus que eu não padeça de dores injustas se posso aplacá-las com medicamentos?
Falei de maneira grosseira, e ela ficou de casa fechada até chegarmos em sua casa. Ela entrou sem agradecer e voltei, na direção de minha casa. Peguei o celular para ver a hora, esqueci que ele estava sem bateria. Olhei para a noite que deixava passar os primeiros raios da manhã. Deviam ser seis horas. Senti meu corpo pesar, como se implorasse pelo sono, e fiz um último esforço para apressar o passo e chegar de uma vez em casa.
Será que a garota ficou ofendida? Não quis ser rude, mas também não quis deixar que insinuasse que não era um padre legítimo.
Depois de quase meia hora caminhando cheguei em casa. Minha mãe estava chorando no sofá. Perguntei o que foi, ela disse que sabia que eu era bicha. Eu tratei de dizer que não, que estava casto na graça do senhor, e que sexo para mim era somente o dos anjos, mas ela fez como se não ouvisse e continuou a chorar. Indiferente, subi as escadas e me tranquei em meu quarto. Tirei minha batina e, enquanto me deitava completamente nu em minha casa, me lembrei que na próxima semana estaria morando em uma casa dada pela igreja, De olhos fechados, agradeci ao Senhor a graça enfim concedida.
Depois de não sei quantos minutos conclui que não conseguiria dormir. Abri os olhos e senti a luz do sol queimá-los. Sentei diante do computador e enquanto esperava que ligasse, virei o santinho na direção da parede. Estava muito quente. Levantei e liguei o ventilador de teto. Enquanto o computador ligava retirei da gaveta um tubo de pasta de dente. Tirei a tampinha e, depois de extrair um pouco de pasta transparente, esfreguei delicadamente no pênis, de cima para baixo, estimulando a glande com cuidado. Abri um site pornográfico e procurei um filme que parecesse interessasse. Cliquei.
Um homem alto, de cabelo cumprido e ruivo, traseiro peludo, está em cima do sofá, disposto de quatro diante de uma morena baixinha, que enraba o seu cu com um falo de plástico rosa. Os braços, apoiados sobre a cintura do homem, revelam os pelos de sua axila. "Ai, ai, ai...", geme baixinho o homem toda vez que a morena entra fundo em seu cu.
Ao lado uma moça jovem, talvez dezesseis anos, está de pernas abertas. Lambendo entre elas, uma senhora de uns cinquenta e poucos anos, os cabelos quase grisalhos. Ela chupa o dedo indicador e o escorrega para dentro da buceta da jovenzinha, que geme, escandalosa e cheia de volúpia, "oh, mommy...".
No chão, uma criatura vestida uma roupa de couro que veda todo seu corpo. Não conseguia sequer enxergar, pois a única abertura de seu traje eram as das narinas, que animosamente empregava para cheirar os pés da mulher grisalha. Parecia um cão farejando o jantar, de quatro e abanando o rabo para cima. A sola do pé está preta de tanta sujeira, e também suja da merda dos estábulos que havia ao lado. As unhas, também sujas, estão pintadas de vermelho.
Mais adiante, deitado no chão, um homem grande e musculoso urrava de prazer. Sobre ele, uma figura andrógina, o delicado pescoço apertado por ele. O homem segura o seu quadril e mete com força.
Ao lado, um casal se entrelaça e chupa o sexo um do outro, um lambendo carinhosamente as intimidades do outro. Se contorcem, um envergado para dentro do outro.
Apoiada sobre a parede adjacente, uma mulher é enrabada por outra, o falo de plástico verde entrando e saindo do cu, o pau e as bolas sacudindo no ar toda vez que o quadril da outra batia no seu. A mulher fodendo a outra pega um tubo de lubrificante e espreme a pasta sobre o falo de plástico. Afasta as bandas da bunda da travesti, uma com cada mão, e mete o pau inteiro, de uma vez, até o fundo. "Puta, safada, cachorra".
Ao lado da travesti, uma loira toda arreganhada, oferecendo a buceta para dois homens baixinhos. Enquanto um deles se masturbava, o outro fodia a buceta peluda, de cabelos loiros e enrolados. De vez em quando, ela e a travesti beijam na boca.
Pendurado de ponta-cabeça, um sujeito está preso no teto por uma corrente amarrada em seus tornozelos. Veste uma roupa de couro preta que cobre todo o seu corpo, com exceção de seu pênis, que ereto paira no ar.
Acorrentado em outro ponto da parede, com as pernas e braços imóveis, um sujeito com a mesma roupa preta, recebe marteladas no saco. Ele grita, em êxtase provocado pela dor.
Uma outra criatura, vestida de preto, tem seus membros arrancados, primeiros os braço, depois as pernas. Amordaçada, não consegue gritar nada.
Uma mulher, apoiada na mesa de dissecção, é arrombada por um homem, que é arrombado por um outro homem. Uma moça chupa o seu cu, um rapaz o seu saco.
Uma mulher mama o seio da outra, enquanto cada uma de suas mãos masturba a dois homens que se beijam de língua.
E então gozei. Limpei as mãos sujas em uma toalha, esqueci de virar de volta o santinho, deitei em minha cama e dormi.
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