li por aqui uma crítica ao estilo nominológico, à importância demasiada da terminologia nos estudiosos pós-estruturalistas; evidente que existem aberrações, mas não me parece negativo se abrir ao poder de nomear, des-nomear e re-nomear, de explorar o nome como espaço cerrado de pensamento. como se dentro de um nome, e principalmente nos deslocamentos de sentido feitos por meio dele - usos impróprios - se produzissem fenômenos análogos a silogismos. ao contrário deste, contudo, a nomenclatura guarda para si o privilégio e maldição da inconclusão: malograda as tentativas das línguas benfeitas, compostas de termos perfeitamente definidos, os nomes, ao contrário do centrípeto silogismo, em incessante movimento no sentido da metáfora, das atribuições retóricas, fora de sentido, vem sempre a confundir a esperada designação em uma outra. como se, além do que quer dizer, todo nome carregasse um campo potencial do que ele pode vir a ser. se o silogismo manifesta o poder judicativo da linguagem (isso é isso, isso não é isso, etc), o nome, não obstante, também é capaz de juízo: somente um juízo presidido por outras leis, outra forma de pensar.
quinta-feira, 16 de maio de 2024
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