coloque diabos, humanos vivendo sob tentação e, claro, os anjos radiantes de virtude. todos disfarçados, a priori os mesmos. o leitor deve exercitar seu juízo moral e descobrir por si só, em situações opacas como as da vida, quem são os anjos, os demônios, e o prêmio das almas eternas. e mesmo se saibam o fim, pois o destino está assinalado no semblante das personagens, ainda assim se comovem ao assistir os caminhos expendidos oblíquos, os acontecimentos, azares, ou, simples e metafisicamente, a ação da irresistível força do bem que desfaz todas as contradições, conflitos e lágrimas na direção do final feliz. o novelista deve partir da cama de gato bem embolada para terminar num fio do barbante bem tricotado de cachecol velho e felpudo de vovó que faz comentários racistas na mesa de jantar. disse adam smith o seguinte sobre a novela: "a história consiste na justa distribuição de bênçãos e punições para o bem e o mal; seu mecanismo transcendental, inscrito imanentemente nas ações individuais, é exercício do acordo da história universal imposto por deus ao diabo na origem de tudo".
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aforismos sobre o prazer
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