1.
a primeira obra de arte foi uma bosta.
hegel relaciona o impulso-de-arte com o desejo e necessidade de cagar. diz ele mais ou menos que, diante do material inorgânico expelido pelos processos metabólicos, o homo faber se apossa da matéria e impõe a ela às formas da imaginação.
para hegel, o cocô é um conceito do intestino.
2.
hegel pensa a morfologia animal igualzinho pensa a filosofia: tudo tende ao absoluto e somente o absoluto é a revelação daqueles traços antes desprovidos de sentido.
3.
o homem - é a síntese e superação em que todos os traços insignificantes (como eram os traçados que os nhambiquaras faziam em suas cabanas: formas irregulares e desprovidas de sentido, grafismo estúpido que não compreendeu a natureza linguística da diferenciação, e que por isso não realizou o seu intuito secreto) de todas demais espécies; para hegel, todas as criaturas querem, mesmo que não saibam que queiram, ser o homem. para hegel, toda a natureza é acometida por essa profunda inveja da anatomia humana. só ela que é a realização perfeita e harmônica da matéria orgânica com a inorgânica; o homem, criatura perfeita, possui a complexidade interna (fisiológica) do verme, sem excluir a beleza externa (fisionômica) do inseto. sua carne é uma dialética viva.
4.
o progresso da dialética hegeliana, apesar de retornos, avança perpetuamente até a perfeição: o homem, o conceito, o estado...
5.
ao falar do canto das aves, se explicita como a hierarquia da história natural (a taxionomia morfológica) se relaciona diretamente a uma hierarquia da manifestação espiritual: a dotação morfológica da ave, que permite que canta, a coloca um passo mais próxima do conceito.
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